Concentramos nossos maiores esforços (psicológicos, principalmente) na luta contra a imprevisibilidade das coisas. Perdemos o sono imaginando as consequências do inesperado. E costumamos perder essa briga.
Mas um pouco de imprevisibilidade pode fazer bem.
Um exemplo: você chega em casa para o almoço, todo dia, ao meio dia em ponto. Se você atrasar, a família se preocupa. O telefone toca: “Cadê você?” E curiosamente, as suas pessoas mais importantes sofrem com a expectativa decorrente da previsibilidade que você criou. (E você acaba sendo previsível também no trabalho: toda manhã, dez minutos antes do meio dia, você vai embora. O eventual problema vai ter que esperar até a tarde.)
Não seria bom, nesse caso, poder flexibilizar a rotina em função de algo importante que o acaso trouxe?
O desafio é encontrar o ponto ideal entre o imprevisível reativo, e o intransigente previsível. Dependendo da situação, você vai ter que saber transitar entre os dois extremos. Se não souber, quando a aleatoriedade da vida chegar, você pode sofrer mais para se levantar e se adaptar.