Você se comporta de formas diferentes dependendo da pessoa com quem você interage. É algo muito difícil de controlar: com alguns familiares e amigos você se sente à vontade, fala o que pensa. Já com o chefe, ou com um cliente importante, você é outra pessoa – e em geral, diferente daquela que você gostaria de ser. A propósito: você lembra de como era difícil interagir com a menina da segunda fila, na quinta série?
Mas é importante notar que não se trata de ser assim, e sim de estar assim. Em função de inúmeros fatores (status, poder, admiração, medo) nossa forma de interagir depende de como consideramos a outra pessoa. Se a menina da segunda fila virou sua esposa, a interação hoje é outra.
E não tem o que fazer: somos animais sociais. Há milhares de anos que começamos adaptar nosso comportamento para sobreviver e não ser expulsos da tribo (o medo do chefe é ancestral).
O que me parece que ajuda (a quem quer mudar) é estar consciente e observar a própria atuação diante das situações que surgirem. Essa é a primeira etapa para um diagnóstico do que pode ser melhorado.
E vale ressaltar: não sei se dá para dizer que você é “tímido”, ou “impulsivo”, ou “humilde”, ou seja lá o rótulo que você inventou para tentar se explicar. Você fica assim, dependendo da situação. Buscar novas situações pode ser uma forma de ficar e estar diferente.