Quando lancei meu primeiro livro, fiz uma série de palestras sobre o tema “felicidade”. Era o assunto que mais me impactava na época: como a felicidade depende pouco de fatores externos. É muito mais o resultado da forma que interpretamos o mundo.
Mas descobri só agora, em 2019, que faltou uma parte nessa história.
Ouvindo o Sam Harris entrevistando o Daniel Kahneman, fui apresentado a uma diferença crucial entre felicidade e satisfação.
A felicidade está no momento, enquanto a satisfação ocorre em retrospectiva.
Sam Harris resumiu o dilema: eu quero que meu filho, enquanto criança, seja feliz. Mas depois de adulto, é só isso que eu desejo para ele, felicidade? Ou eu quero que ele conquiste, aprenda e evolua?
Avaliamos a vida em retrospectiva. E quando fazemos isso, o que conta são os melhores momentos. E nem sempre eles são os mais felizes. Nessas horas entendemos melhor o aventureiro, ou o workaholic. A realização que ele busca exige sacrifícios.
Creio que precisamos achar um meio termo entre “ser feliz” e estar “satisfeito” em relação à própria vida. Mas não sei se isso é possível.
Será que o que nos resta é escolher?