Morreu ontem Rubem Fonseca.
Em 2000 e pouco eu li tudo que achei dele na biblioteca pública de Curitiba.
Lembrei de um trecho da biografia do Nietzsche, em que ele descobre por acaso Schopenhauer. E fica deslumbrado por achar alguém que traduzia o que ele pensava e sentia.
Humildemente comparando, deve ter sido parecido com o que aconteceu quando conheci Rubem Fonseca. Ele escrevia exatamente o quê e como eu gostaria de escrever: as frases curtas, agressivas, violentas, sem pudor ou censura. Ele apareceu pra mim logo após Bukowski, um pouco antes de Dalton Trevisan – coincidindo a época com a minha classificação literária.
Eu cheguei a cogitar seriamente trabalhar em algo relacionado ao submundo (tipo ele, que foi policial) para ter inspiração artística diária. Mas olhando para esse tempo, é fácil perceber que foi uma identificação relacionada com uma época imatura e inconsequente.
Mas coloquei na fila uma releitura dele para ver o que eu sinto hoje, um pouco menos imaturo e inconsequente.