Ouvi alguém vangloriando as próprias crenças de uma forma inconveniente.
Na hora fiquei irritado. Mas logo passou e fiquei com pena – e senti certa nobreza em mim. Esse sentimento de pena eu considerei o auge da empatia.
Mas não era. O auge, creio, é o próprio ponto de partida: lembrar que nem eu nem ninguém tem certeza de que essa pessoa esteja errada. Vai que é assim, dessa forma que ela acredita, que o mundo realmente funciona? É improvável, é inverossímil, mas não é impossível.
Quanto mais experiente você fica, mais você diz “talvez”, “pode ser”, “não sei”. Ou então fica quieto e incomodado, depois com pena, e enfim conformado com a incerteza.