Eu admiro e busco a automação. Construir sistemas que não dependem da nossa interferência – e do nosso precioso tempo.
Mas em geral a automação tira parte da função de uma pessoa. E aí vem o debate antigo (desde a revolução industrial) que todos conhecemos sobre as máquinas que estão substituindo o homem e tal.
Acrescento outra perspectiva, um milagre que passa despercebido: a multidão de pessoas que ignora qualquer questão existencial ou metafísica e vai trabalhar no horário certo. Todo santo dia: produzir alimentos, limpar as cidades, reformar o que está quebrado e tal.
O trabalho mecânico como forma de enfrentar bravamente a vida – e assim manter o mundo girando. Acho que esse é o dilema: a automação pode acabar com o propósito que o humano constrói no trabalho. Podemos distribuir uma renda mínima para todo mundo, mas será necessário encontrar outro objeto de construção de propósito. Talvez o desocupado moderno se dedique à arte e ao autoconhecimento. Ou talvez ele fique mais tempo no Youtube.